A Romaria da Terra e das Águas do Maranhão do 2011 haverá lugar em Açailândia no bairro industrial de Piquiá.
Açailândia, a cidade do açaí (hoje tristemente conhecida como a cidade do ferro), tem uma historia política relativamente jovem (emancipada do município de Imperatriz o dia 6 de junho do ano 1981). Os dados do ultimo censo indicam que a cidade tem uma população de mais de 100.000 habitantes.
A importância da cidade deve-se sobretudo à posição geográfica que faz da cidade do açaí um centro estratégico do desenvolvimento econômico do Estado. É suficiente lembrar o encontro das rodovias Belém-Brasília e Açailândia-São Luis, o pólo siderúrgico do distrito industrial do Piquiá (5 siderúrgicas com 14 alto fornos), o pólo petroquímico do Piquiá (onde estão presentes as maiores companhias petrolíferas do Brasil e do mundo), a estrada de Ferro do Carajás, a presença da Companhia Vale do Rio Doce, e a grande riqueza da região: a pecuária (que faz de Açailândia o primeiro município do Estado por numero de cabeças de gado).
Fruto desse modelo de desenvolvimento é a monocultura (sempre mais presente o eucalipto), a renovada concentração das terras, o desmatamento, a poluição industrial, o trabalho escravo nas carvoarias.
Os empreendimentos industriais são fortemente poluentes e, ao longo de mais de vinte anos de existência, nunca controlaram as emissões e a poluição do ar, da água e do solo. O ciclo de produção do ferro, responsável da última parte do desmatamento na região, necessita agora da monocultura extensiva de eucalipto para se alimentar: o latifúndio e essa monocultura representam uma forte ameaça à agricultura familiar e desviam todo tipo de incentivo a modelos de desenvolvimento alternativo e de menor impacto sobre o meio ambiente.
As possibilidades de trabalho e a presença do dinheiro fazem de Açailândia uma cidade atrativa que cresce cada dia mais; esse progresso, porém, não é acompanhado por um planejamento das ações de desenvolvimento urbano, gerando assim um crescimento desordenado e caótico e grandes faixas de pobreza e favelas na periferia da cidade.
Por todos esses motivos, Açailândia e em particular seu bairro Piquiá foi apontada como contexto paradigmático da ‘outra face do desenvolvimento’ e Piquiá, seu distrito industrial, foi escolhida como sede de uma Romaria da Terra e das águas particularmente focada nas contradições geradas pela cadeia de mineração e siderurgia.
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