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sábado, 17 de setembro de 2011

COMO ENTENDER A JUSTIÇA DE DEUS?


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 20,1-16, que corresponde ao 25º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola, comenta o texto.

Olhar doente
Jesus tinha falado aos Seus discípulos com clareza: “Procurai o reino de Deus e a Sua justiça”. Para Ele isso era o essencial. No entanto, não o viam procurar essa justiça de Deus cumprindo as leis e tradições de Israel como outros mestres. Inclusive em certa ocasião fez-lhes uma grave advertência: “Se a vossa justiça não é maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino de Deus”.Como Jesus entendia a justiça de Deus?
A parábola que lhes contou deixou-os desconcertados. O dono de uma vinha saiu repetidamente à praça da aldeia para contratar trabalhadores. Não queria ver ninguém sem trabalho. O primeiro grupo trabalhou duramente doze horas. Os últimos a chegar só trabalharam sessenta minutos.
No entanto, no final da jornada, o dono ordena que todos recebam um denário: nenhuma família ficará sem comer essa noite. A decisão surpreende a todos. Como qualificar a atuação deste senhor que oferece uma recompensa igual por um trabalho tão desigual? Não é razoável o protesto de quem trabalhou durante toda a jornada?
Estes trabalhadores recebem o denário estipulado, mas ao ver o tratamento tão generoso que receberam os últimos, sentem-se com o direito a exigir mais. Não aceitam a igualdade. Esta é a sua queixa: “Trataste-os igual a nós”. O dono da vinha responde com estas palavras ao porta-voz do grupo: “Vai ser o teu olho mau porque eu sou bom?”. Esta frase recolhe o principal ensinamento da parábola.
Segundo Jesus, há um olhar mau, doente e danoso que nos impede de captar a bondade de Deus e alegrar-nos com a Sua misericórdia infinita para todos. Resistimos a acreditar que a justiça de Deus consiste precisamente em nos tratar com um amor que está acima de todos os nossos cálculos.
Esta é a Grande Notícia revelada por Jesus, o que nunca tínhamos suspeitado e o que tanto necessitávamos ouvir. Que ninguém se apresente perante Deus com méritos ou direitos adquiridos. Todos somos acolhidos e salvos, não pelos nossos esforços mas pela Sua misericórdia insondável.
A Jesus preocupava-lhe que os seus discípulos vivessem com um olhar incapaz de acreditar nessa Bondade. Em certa ocasião disse-lhes assim: “Se o teu olho é mau, toda a tua pessoa estará às escuras. E se a luz que há em ti é escura, que escuridão haverá!”. Os cristãos temos esquecido. Que luz penetraria na Igreja se nos atrevêssemos a acreditar na Bondade de Deus sem reduzi-la com o nosso olhar doente!Que alegria inundaria os corações crentes! Com que força seguiríamos Jesus!

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 http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=47423

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