Seguidores

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI NA VISITA AD LIMINA DOS BISPOS DO REGIONAL NE V


Em visita ad limina apostolorum, os bispos do Regional Nordeste 5 da CNBB (estado do Maranhão) foram recebidos em audiência pelo papa Bento XVI, que foi saudado pelo bispo emérito de Viana (MA), dom Xavier Gilles, ex-presidente do Regional.

"Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança", disse o papa.

São 14 os bispos que participam da visita, que termina no sábado, 30. Na agenda do episcopado maranhense há visitas aos dicastérios da Santa Sé, dentre outros compromissos. Ontem eles celebraram missa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

Leia, abaixo, a íntegra do discurso do papa.

Amados irmãos no episcopado,

«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.


Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. Gaudium et spes, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem,82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. Gaudium et spes 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17 de setembro de 2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Papa Bento XVI

FONTE: SÍTIO CNBB

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CARDEAL GERALDO MAJELLA ANUNCIA A BEATIFICAÇÃO DE IRMÃ DULCE



O cardeal arcebispo de Salvador (BA), dom Geraldo Majella Agnelo anunciou, na manhã desta quarta-feira, 27, a beatificação da irmã Dulce. O pronunciamento foi feito na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador, e o cardeal informou que até o fim do ano será conhecida a data da cerimônia de beatificação.

Para ser considerada beata, foi necessária a comprovação da existência de um milagre atribuído a religiosa; fato que aconteceu esta semana em Roma. O processo ainda precisa ser assinado pelo papa para ser concluído.
De acordo com dom Geraldo, a religiosa é exemplo para os cristãos e a sua história de vida é o que justifica a beatificação e o processo de canonização. “Todo santo é um exemplo de Cristo, como foi o caso dela (Irmã Dulce); aquela dedicação diuturna durante toda a vida aos pobres e sofredores”.

Irmã Dulce é a primeira baiana a tornar-se beata e agora está a um passo da canonização. O título de santa só poderá ser conferido após a comprovação de mais dois milagres intercedidos pela religiosa e reconhecidos pelo Vaticano.
A causa da beatificação de Irmã Dulce foi iniciada em janeiro do ano 2000 pelo próprio dom Geraldo Majella. Desde junho de 2001, o processo tramita na Congregação para a Causa dos Santos no Vaticano.

FONTE: WWW.CNBB.ORG.BR

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

REGIONAL NORDESTE V ELEGE SEU NOVO PRESIDENTE


Nesta segunda-feira, 25, o Regional Nordeste 5 da CNBB (Maranhão) elegeu seu novo presidente. O bispo diocesano de Imperatriz (segunda maior diocese do Maranhão), dom Gilberto Pastana de Oliveira assume a função até o término da gestão da atual presidência. Ele sucede o bispo emérito de Viana, dom Xavier Gilles Maupeou dÁbleiges, que estava à frente do Regional desde 2005 e teve sua renúncia ao governo da diocese de Viana aceita pelo papa Bento XVI no dia 7 de julho passado. Dom Xavier pediu a renúncia após completar 75 anos, em março, conforme prevê o cânon 401 § 1º do Código de Direito Canônico.

Na linha de sucessão, dom Gilberto será o quarto presidente do Regional desde a instalação da sede em São Luís no ano de 1991.

Visita Ad Limina

Os bispos do Regional Nordeste 5 se encontram no Vaticano, onde aconteceu a eleição do seu novo presidente. Os 14 bispos (11 diocesanos e 3 eméritos) começaram hoje sua Visita Ad Limina que segue até o próximo sábado, 30.

A partir de amanhã tem início a visita aos Dicastérios romanos [departamentos do Governo da Igreja Católica, que compõem a Cúria Romana]. A primeira visita será à Congregação para os Bispos, Doutrina da Fé, Leigos e Família. No dia 27, eles visitam a Congregação para o Clero, Educação Católica e encerram o dia com uma missa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros. No dia seguinte, os prelados visitam a Congregação para o Culto Divino e concelebram uma missa na Basílica de São João de Latrão. A reunião segue até sábado, 30.

Na visita ad Limina, que ocorre a cada cinco anos, os bispos do mundo inteiro são chamados a se encontrar com o papa e com os diversos organismos da Cúria Romana. Chama-se "ad Limina Apostolorum" por tratar-se da visita ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo, fundadores da Comunidade Cristã que está em Roma, onde se encontra a Sé de Pedro.

Além do encontro pessoal e em grupo com o Santo Padre, e da visita aos diversos organismos que fazem parte da Cúria Romana, os bispos celebram juntos a santa missa nas quatro basílicas papais de Roma: São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, Santa Maria Maior, e São João de Latrão – sede da Diocese de Roma.

A visita ao túmulo dos Apóstolos representa sempre para os bispos um momento de profunda experiência eclesial, de fortalecimento da fé, e de confirmação e renovação na comunhão com o Sucessor de Pedro.

DISPONÍVEL EM: WWW.CNBB.ORG.BR

sábado, 23 de outubro de 2010

MENSAGEM DO SETOR JUVENTUDE PELO DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2010



Mensagem do Setor Juventude pelo Dia Nacional da Juventude “Muita reza, muita luta, muita festa!”. Este é o slogan de 25 anos do Dia Nacional da Juventude, que acontece no próximo dia 24 em todo o país.

Para celebrar a data, o Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma mensagem, assinada pelo bispo referencial do Setor, dom Eduardo Pinheiro e pelo assessor nacional, padre Carlos Sávio da Costa, na qual parabeniza a todos os jovens do Brasil.

“Parabéns a todos aqueles e aquelas que, durante esses anos, não só mantêm acesa a chama deste evento, mas, através dele, provocam um olhar mais carinhoso, verdadeiro e respeitoso com relação a nossa juventude”, disse os representantes do Setor Juventude. Leia a íntegra da nota abaixo:

25 anos do DNJ

O mês de outubro, dedicado ao aprofundamento da dimensão missionária da nossa vocação de discípulo, foi escolhido para contemplar um dos maiores eventos de juventude da Igreja em nosso país: o Dia Nacional da Juventude (DNJ).

Estamos comemorando 25 anos de sua existência. Motivado pela promulgação do Ano Internacional da Juventude, pela ONU em 1985, o DNJ nasceu por iniciativa da Pastoral da Juventude e sempre quis ser um momento especial de manifestação da beleza, da força e do compromisso da nossa juventude. Percebendo a necessidade de proclamar bem alto a boa-nova de Jesus Cristo, este evento de massa vai às ruas e aos grandes espaços públicos para, juntamente com várias outras expressões de juventude, cantar a força da vida e mostrar a todos o quanto ainda se tem a aprender com o dinamismo juvenil.

Parabéns a todos aqueles e aquelas que, durante esses anos, não só mantêm acesa a chama deste evento, mas, através dele, provocam um olhar mais carinhoso, verdadeiro e respeitoso com relação a nossa juventude.

Este significativo Jubileu coincide com a manifestação que os jovens católicos, sob a orientação das pastorais da juventude, fazem nas praças para um ‘basta à violência juvenil’. A juventude é portadora de riquezas imensas, sonhos ousados, coração generoso, espiritualidade vibrante, muita energia e criatividade, e não podemos deixar que a violência social e cultural comprometa o presente que Deus nos concede com a vida dos jovens para a vida de nosso povo.

Ao festejar esta data memorável, vamos, todos, renovar nossa paixão pela juventude motivando-a, sobretudo, à paixão por Aquele que, chamando-nos de amigos, se coloca como o único Caminho, Verdade e Vida.

Brasília, 24 de outubro de 2010

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB
Bispo referencial para a Juventude-CNBB

Pe. Carlos Sávio da Costa Ribeiro

Assessor do Setor Juventude-CNBB

FONTE: WWW.CNBB.ORG.BR

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ROSÁRIO CELEBRA FESTA DA PADROEIRA



“Sob o Olhar da Mãe do Rosário caminhamos em Missão”

Eis que a Mãe vela cuidadosamente a caminhada do Povo de Deus, sob o olhar amoroso queremos neste festejo celebrar os 390 anos do anuncio do Evangelho em Rosário, o que coincide com a fundação do Forte de Vera Cruz na foz do rio Itapecuru, caminho de entrada para o interior do Maranhão.

Convidamos as comunidades, grupos, famílias, devotos de todo o povo de Deus, para celebrarmos a Festa de nossa Padroeira, fazendo memória da nossa história, tornando presente os valores humanos e cristãos conquistado pela Graça de Deus e o esforço continuo de um povo que ajudou a construir a herança histórica que temos.

O Festejo será de 15 a 24/10, venha participar dessa grande manifestação de fé e devoção construindo o desejo contínuo de sermos uma Igreja que vive a sua missão de anunciadora do amor divino.

Jesus Cristo o Missionário do Pai, e Maria, Estrela da Evangelização, orientem nossos passos nos caminhos da Missão.

Conselho Paroquial

Confira a Programação
15/10 – Sexta – Feira
05:00 – Alvorada e Missa
19:00 - Missa de Abertura da
Noitantes: Grupos da Terceira Idade, Vicentinos e Amigas de Paula Frassinatti
Resp: Apostolado da Oração e Legião de Maria

16/10 – Sábado
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Famílias Rosarienses
Resp: Pastoral Familiar

17/10 – Domingo
07:00 – Missa
Resp. Ministros da Eucaristia e da Palavra
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa das Crianças e Consagração
Noitantes: Escolas de Ensino Fundamental e as Crianças da Cidade
Resp: Solidários Mirins, Gente Nova , Semente, Raio de Sol, Renascer Mirim e Catequese

18/10 – Segunda Feira
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Dizimistas e Benfeitores da Paróquia
Resp: Pastoral do Dízimo

19/10 – Terça Feira
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Trabalhadores da Limpeza Pública e Sindicato Rurais
Resp: Pastoral da Criança e Catequistas

20/10 – Quarta Feira
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Trabalhadores da Saúde e Colônia de Pescadores
Resp: Pastoral do Batismo e Renascer

21/10 – Quinta Feira
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Trabalhadores da Educação e Escolas da Cidade
Resp: Catequizandos de Crisma e Coroinhas

22/10 – Sexta Feira
18:30 – Oração do Terço
19:00 – Missa
Noitantes: Comunidades
Resp: Setor Matriz e Setor São Simão

23/10 – Sábado
18:00 – Carreata
19:00 – Oração do Terço
19:30 – Missa
Noitantes: Motoristas, Motociclistas, Comerciantes e Barraqueiros
Resp: Pastoral da Juventude

24/10 – Domingo
07:00 – Missa
Resp: Pastoral Litúrgica
09:00 – Missa
Resp: Mej
10:00 – Batizados
16:00 – Missa
17:00 – Procissão e Encerramento do Festejo

FONTE: PASCOM ROSÁRIO

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A COMISSÃO PASTORAL DA TERRA (CPT) DIVULGA RELATÓRIO CONFLITOS NO CAMPO



No ultimo dia 15, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2009. É a 25ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas e ações de trabalhadores rurais, bem como comunidades e povos tradicionais, em todo o país. O lançamento aconteceu na sede da OAB - MA em São Luis do Maranhão (nível regional.
Por se tratar dos 25 anos da publicação, a CPT entende ser esse um momento de reflexão sobre esses dados e o que eles representam no cenário rural brasileiro. Não se trata de um momento de comemoração, pois só pelo fato desse relatório ainda ser necessário como ferramenta de denúncia, já não pode ser comemorativo. A necessidade de se publicar um livro com as denúncias dos conflitos que trabalhadores ainda enfrentam no campo brasileiro, por si só, mostra os poucos avanços na defesa dos direitos humanos no Brasil e na realização da tão sonhada reforma agrária. Esse será um momento de reflexão. E por isso, a CPT irá realizar, também, um debate, na mesma data e no mesmo local, sobre a Criminalização dos Movimentos Sociais.

Esta edição mostra, ainda, que os conflitos envolvendo camponeses e trabalhadores do campo e a violência não só permanecem, como cresceram no ano de 2009. Houve aumento tanto do número total de conflitos – por terra, água, trabalhistas – quanto em relação especificamente aos conflitos por terra.

Este incremento de conflitos e de violência inseriu-se num contexto nacional preocupante de crescente criminalização dos movimentos sociais tanto no âmbito do Poder Judiciário, quanto do Poder Legislativo, amplificada inúmeras vezes pelos grandes meios de comunicação social. No âmbito do Poder Judiciário destacou-se a figura do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que no início do ano saiu a público acusando os movimentos de praticarem ações ilegais e criticando o Poder Executivo de cometer ato ilícito por repassar recursos públicos para quem, segundo ele, pratica tais atos. Esta intervenção, certamente, serviu de suporte para o alto número de despejos, para o crescimento das prisões e de outras formas de violência, e forneceu munição para a bancada ruralista do Congresso Nacional criar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, CPMI, conhecida como CPMI do MST. Uma orquestração bem montada que buscou por todas as formas encurralar os movimentos do campo e deslegitimá-los diante da opinião pública.

Para ter acesso ao relatório na íntegra acesse: http://www.cptnacional.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=198:conflitos-no-campo-brasil-2009&catid=8:conflitos-&Itemid=54

Texto resumido e modificado.
Disponível em: http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=202769

FORMAÇÃO SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011




Tema: Fraternidade e a vida no planeta
Lema: A criação geme em dores de parto.
Assessor: Pe. Luiz Carlos Dias - Secretário Nacional da Campanha da Fraternidade e da Campanha para Evangelização da CNBB
Data: 22 a 24 de novembro de 2010
Local: Salão Paroquial da Igreja São José e São Pantaleão
Horários: das 14 às 17 e das 19 às 21h
Valor da Inscrição: R$ 15,00 ( com direito ao texto-base)


Texto: Vera Lúcia

Fonte: Pascom São Luis

CARTA DO PAPA BENTO XVI AOS SEMINARISTAS




Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objecções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.
O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.
1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus», como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do «big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus. Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus. Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo facto de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.
2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho «o pão nosso de cada dia nos dai hoje», dizendo que o pão «nosso», que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma recta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.
3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o facto de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.
4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande património da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».
5. O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma «norma da doutrina», à qual fomos entregues no Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: «Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança» (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado. É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, reflectindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecuménica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canónico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.
6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente «íntegro». Por isso, a tradição cristã sempre associou às «virtudes teologais» as «virtudes cardeais», derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: «Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.
7. Hoje os princípios da vocação sacerdotal são mais variados e distintos do que nos anos passados. Muitas vezes a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce nas comunidades, especialmente nos movimentos, que favorecem um encontro comunitário com Cristo e a sua Igreja, uma experiência espiritual e a alegria no serviço da fé. A decisão amadurece também em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano. Deste modo os candidatos ao sacerdócio vivem muitas vezes em continentes espirituais completamente diversos; poderá ser difícil reconhecer os elementos comuns do futuro mandato e do seu itinerário espiritual. Por isso mesmo, o Seminário é importante como comunidade em caminho que está acima das várias formas de espiritualidade. Os movimentos são uma realidade magnífica; sabeis quanto os aprecio e amo como dom do Espírito Santo à Igreja. Mas devem ser avaliados segundo o modo como todos se abrem à realidade católica comum, à vida da única e comum Igreja de Cristo que permanece uma só em toda a sua variedade. O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro. Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor. Esta escola da tolerância, antes do aceitar-se e compreender-se na unidade do Corpo de Cristo, faz parte dos elementos importantes dos anos de Seminário.
Queridos seminaristas! Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração. Rezai também por mim, para que possa desempenhar bem o meu serviço, enquanto o Senhor quiser. Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à protecção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. A todos vos abençoe Deus omnipotente Pai, Filho e Espírito Santo.
Vaticano, 18 de Outubro – Festa de São Lucas, Evangelista – do ano 2010.

Vosso no Senhor
BENEDICTUS PP XVI

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff

“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!”

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.

A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:

Dom Tomás Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Viana- Maranhão.
Padre Paulo Gabriel, agente de pastoral da Prelazia de São Feliz do Araguaia /MT
Jether Ramalho, líder ecumênico, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico César. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, Igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Juazeiro – Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos - IHU
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes,
André Marmilicz
Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi – Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista – Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal – Missionário da Igreja de Cristo – Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos – Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo – RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente – EPJ – Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, Abelardo Luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas – RS
Agnaldo da Silva Vieira – Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança – Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo – UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru – Fortaleza
Pe. Lino Allegri – Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan – Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal – RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso – Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza, agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer
Ida Vicenzia Dias Maciel
Marcelo Tibaes
Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO- Goiânia – Goiás
Claudio de Oliveira Ribeiro. Pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
Pe. Paulo Sérgio Vaillant – Presbítero da Arquidiocese de Vitória – ES
Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ – Secretario do CEBI RJ
Sílvia Pompéia.
Pe. Maro Passerini – coordenador Past. Carcerária – CE
Dora Seibel – Pedagoga, caxias do sul.
Mosara Barbosa de Melo
Maria de Fátima Pimentel Lins
Prof. Renato Thiel, UCB-DF
Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, prof. da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
Marcelo Ayres Camurça – Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião – Universidade Federal de Juiz de Fora
Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
Irene Maria G.F. da Silva Telles
Manfredo Araújo de Oliveira
Agnaldo da Silva Vieira – Pedagogo e Pastor Auxiliar da Igreja Batista da Esperança-Centro do Rio de Janeiro
Pr. Marcos Dornel – Pastor Evangélico – Igreja Batista Nova Curuçá – SP
Adriano Carvalho.
Pe. Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociais – Paranaguá/Pr.
Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
Maria Gabriela Curubeto Godoy – médica psiquiatra – RS
Genoveva Prima de Freitas- Professora – Goiânia
M. Candida R. Diaz Bordenave
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa (Professora – UFPE)
Paulo Teixeira, parlamentar, São Paulo.
Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
Adjair Alves (Professor – UPE)
Luziano Pereira Mendes de Lima – UNEAL
Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
Carlos Cardoso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etnologia da UFBA.
Isabel Tooda
Joanildo Burity (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
Aristóteles Rodrigues – Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
Zwinglio Mota Dias – Professor Associado III – Universidade Federal de Juiz de Fora
Antonio Francisco Braga dos Santos- IFCE
Paulo Couto Teixeira, Mestrando em Teologia na EST/IECLB
Rev. Luis Omar Dominguez Espinoza
Anivaldo Padilha – Metodista, KOINONIA, líder ecumênico
Nercina Gonçalves
Hélio Rios, pastor presbiteriano
João José Silva Bordalo Coelho, Professor- RJ
Lucilia Ramalho. Rio de janeiro.
Maria Tereza Sartorio, educadora, ES
Maria José Sartorio, saúde, ES
Nilda Lucia Sartorio, secretaria de ação social, Espírito santo
Ângela Maria Fernandes -Curitiba 159. Lúcia Adélia Fernandes
Jeanne Nascimento – Advogada em São Paulo/SP
Frei José Alamiro, franciscano, São Paulo, SP
Otávio Velho, antropólogo
Iraci Poleti,educadora
Antonio Canuto
Maria Luisa de Carvalho Armando
Susana Albornoz
Maria Helena Arrochellas
Francisco Guimarães
Eleny Guimarães

Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=37259
data da pesquisa: 14/10/2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

OUTUBRO: MÊS MISSIONÁRIO



Dom Orani Tempesta escreve sobre o mês das missões, destacando o quanto é importante para a Igreja esse mês, pois nele, celebramos além das missões, diversas festas marianas em nossa America Latina e, de modo particular, no Brasil, com duas grandes festas: Círio de Nazaré - a rainha da Amazônia - e, a festa de Nossa Senhora Conceição Aparecida.

Veja a carta na íntegra, publicada no sítio da CNBB:

Missionários

Em outubro comemoramos o mês das missões e do rosário. Celebramos várias festas Marianas e acontecimentos históricos marcantes como o início da evangelização nas Américas, o novo mundo que então se descortinava. Nós iniciamos este mês com a Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro. A semana e o dia da criança nos levam a refletir sobre a nossa responsabilidade atual para que a dignidade humana se inicie logo nos primeiros momentos da vida.
Porém, em geral, a marca maior deste mês são as Missões. A Igreja nasce na missão e da missão. Neste ano o tema está inspirado no da Campanha da Fraternidade e é “Missão e Partilha” cuja novena aprofunda o sentido da Campanha Missionária, inclusive da Coleta pelas Missões, o trabalho missionário nas grandes cidades, nas periferias, na partilha com os povos famintos, na religiosidade popular, na questão dos migrantes e refugiados, com relação ao meio ambiente e partilha de pessoas.
O papa Bento XVI, como faz todos os anjos, escreveu a sua mensagem para o Dia Missionário Mundial com tema “A construção da comunhão eclesial é a chave da missão”. Temos assim muitas reflexões a ser feitas durante este tempo.
O documento de Aparecida ao lançar a Missão Continental, lembra que isso significa viver em estado permanente de missão – grande desafio para nossa mentalidade e nossos costumes.
Por isso, não é suficiente nos lembrarmos de missão apenas daqueles que partiram para terras distantes, ou que trabalham nas fronteiras da Igreja na sua obra evangelizadora que, certamente, é universal, pois temos muito serviço nas portas de nossas casas.
Porém, ressaltamos que as fronteiras da evangelização não é apenas uma relação geográfica, mas os limites da cultura, da religião que nascem em nossas sociedades e em nossas cidades, na nossa família, no trabalho e na escola. A missão, neste sentido, está bem ao nosso lado, à nossa porta e janela. Temos necessidades enormes de trabalhos bem concretos em várias pastorais em nossas comunidades. É o exercício do apostolado cristão entusiasmado e coerente.
A missão hoje é abrir portas para aquele que está perto de nós, e que precisa da nossa palavra de fé. A nossa omissão neste caso pode ser fatal no testemunho de vida. Hoje urge, mais do que em todos os tempos, irmos ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e povos. Devemos encontrar as pessoas lá onde elas estão, e não onde gostaríamos de encontrá-las. Devemos ir ao encontro do real e não do imaginário. E para tanto o missionário é antes de tudo um destemido, um audacioso.
A formação de pessoas no sentido da consciência de sua vocação missionária é uma necessidade urgente. Aliás, esse assunto esteve muito presente nas reuniões das foranias que realizei nesta semana. Para que tenhamos bons missionários, precisamos informar e formar os cristãos das necessidades da Igreja e de sua efetiva participação na obra evangelizadora. Também essa foi uma das preocupações do Papa Bento XVI em nossa conversa pessoal durante a visita “ad limina” – a formação do cristão.
É necessários estarmos sensibilizados para o apoio mais efetivo às missões, seja no cunho espiritual, seja também no material, como é o caso da coleta mundial pelas missões católicas que ocorrerá no quarto final de semana deste mês.
A nossa Arquidiocese tem trabalhos missionários fora dos limites territoriais em duas Dioceses Irmãs, tanto com o envio missionário em alguns meses durante o ano, como também com presença contínua de missionários partilhando da vida de comunidades e trabalhando pela evangelização.
É necessário promovermos, especialmente, entre os jovens uma sensibilidade maior para a missão, levando-os a se oferecerem para esta empreitada e também fomentarmos uma solidariedade econômica, uma mais ampla generosidade dos cristãos para as necessidades essenciais da Igreja nos territórios de missão.
A missão a que somos impulsionados para nós deve ser um dom, pois a tarefa de anunciar o evangelho é um compromisso generoso que deve ser assumido por cada batizado anunciando com coragem o evangelho, com todas as suas conseqüências.
Devemos afastar o medo e a indiferença, que no final paralisam o coração. O mundo à nossa volta precisa de discípulos-missionários, que “significa, antes de tudo, anunciar Jesus, fazê-lo conhecido e amado, testemunhando na vida cotidiana essa vida coerente, humilde e alegre de viver no seu amor. Significa anunciar com fidelidade e integridade cada um dos seus ensinamentos, tal como guardados e ensinados pela Igreja. Ser missionário é enfrentar os problemas pela luz de Cristo, luz das nações e dos povos.”
Portanto, a evangelização é mais do que ensinar é principalmente testemunhar com a própria vida os valores do Reino e a alegria do seguimento de Jesus Cristo. A missão é instrumento de mudança, de transformação, deve permear toda a cultura.
Mas não nos esqueçamos da oração, pois nada pode substituir a ação do Espírito Santo. Nada tem efeito sem esta ação, e nada pode convencer as mentes mais duras sem sua eficácia transformadora pelo interior da pessoa. Sem sua colaboração todos os esquemas se tornam apenas ações humanas, o que é pouco para converter pessoas.
A Igreja precisa hoje de homens e mulheres que se deixem conduzir pelo Espírito Santo, que sejam pessoas de oração, ungidas pelo poder de Deus.
Peçamos à Maria, a Estrela da Evangelização, a nossa boa e terna mãe do Rosário, de Aparecida, de Nazaré, da Penha, que nos ajude com a sua intercessão a vivermos com entusiasmo a missão. Que a força do sim de Maria, a sua entrega total e destemida possa ser contagiante para todos nós neste mês e em toda a nossa caminhada eclesial.

Dom Orani João Tempesta

Disponível em: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-orani-joao-tempesta/4901-missionarios
Data da pesquisa: 12/10/2010.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

AUMENTA A REJEIÇÃO AO ABORTO NO BRASIL



O apoio à proibição do aborto é o mais alto no Brasil desde 1993, quando o Datafolha começou a série histórica de perguntas sobre o tema.
A reportagem é de Uirá Machado e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 11-10-2010.
Segundo pesquisa realizada na última sexta-feira em todo o país, 71% dos entrevistados afirmam que a legislação sobre o aborto deve ficar como está, contra 11% que defendem a ampliação das hipóteses em que a prática é permitida e 7% que apoiam a descriminalização.
Atualmente, o Código Penal brasileiro classifica o aborto entre os crimes contra a vida. A pena prevista para a mulher que o provocar ou permitir a prática em si mesma vai de um a três anos de detenção (artigo 124).
O código prevê duas situações em que o aborto não é crime (artigo 128): se não há outro meio de salvar a vida da gestante e se a gravidez é resultado de estupro.
Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, a rejeição recorde ao aborto pode ser resultado da ampla exposição que o tema teve nas últimas semanas.


CAMPANHA

O aborto ganhou espaço na mídia e na boca dos candidatos a presidente no final do primeiro turno, impulsionados pela movimentação de igrejas evangélicas e segmentos católicos que pregavam voto anti-Dilma Rousseff (PT) e pró-vida - a petista já defendeu a prática.
Na propaganda eleitoral de sexta, a primeira do segundo turno, tanto Dilma quanto José Serra (PSDB) falaram sobre o tema.
Segundo o Datafolha, a taxa dos eleitores que afirmam querer que a lei fique como está é semelhante entre os que no primeiro turno votaram em Dilma (71%), em Serra (72%) e em Marina Silva (70%), candidata do PV.
O apoio à proibição do aborto é razoavelmente homogêneo em todas as faixas da população, sempre em torno de 70%. No entanto, entre os que têm ensino superior e os mais ricos há menos apoiadores: 63% e 56%, respectivamente.
A série de pesquisas sobre o tema mostra uma tendência ao conservadorismo.
No levantamento feito em 1993, 54% afirmavam que as exceções deveriam continuar restritas aos casos de estupro e de risco à vida da gestante, enquanto 23% diziam apoiar o aborto em mais casos e 18% eram favoráveis a descriminalizar a prática.
Desde então, a manutenção da atual legislação veio ganhando apoio. Em 1997, 55% diziam apoiar a proibição. Em 2006, o número passou para 63%, depois para 68% em 2008.
Data da pesquisa: 11/10/10

Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=37173

domingo, 10 de outubro de 2010

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE



A Arquidiocese de São Luis por meio da Pastoral da Juventude realizará no próximo dia 24 de outubro o DNJ (Dia Nacional da Juventude). O evento acontecerá no ginásio do colégio São José Operário, na Cidade Operária, das 8h às 18h e deverá reunir jovens de toda a Ilha de São Luís.
Este ano o evento terá como tema: “DNJ 25 anos: celebrando a memória e transformando a história” e como lema: “Juventude: muita reza, muita luta, muita festa, em marcha contra a violência”.
Este tema inspirado nos vinte e cinco anos de caminhada da PJ a nível nacional e, conseqüentemente, Arquidiocesano. Por isso, esse momento quer celebrar os 25 anos do DNJ, que nasceu no contexto do Ano Internacional da Juventude em 1985 e desde então serve como um forte momento de celebração da caminhada da Pastoral da Juventude.
Em São Luís, além dos 25 anos do DNJ celebrar-se-á os 25 anos de organização efetiva da Pastoral da Juventude na Arquidiocese.

O lema lembra a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens, da qual a PJ faz parte e motiva desde 2008. A campanha quer ser um alerta à sociedade em geral para o verdadeiro extermínio que sofrem os/as jovens hoje em dia, principalmente os negros e pobres na faixa etária de 15 a 24 anos.

A PJ Arquidiocesana convida todos os grupos de jovens a refletirem em suas reuniões no mês de outubro o tema e o lema do DNJ 2010, com o auxílio do subsídio que já pode ser adquirido na Cúria Arquidiocesana, e a se prepararem desde já para dar continuidade a este importante momento da caminhada da Pastoral da Juventude em São Luís e no Brasil.

fonte: Pastoral da Juventude Arquidiocesana e blog Maranhão Católico.

Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral




A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010

P. nº 0849/10

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

DISPONÍVEL EM: http://www.cnbb.org.br/site/notas-e-declaracoes/4906-nota-da-cnbb-em-relacao-ao-momento-eleitoral
Data da pesquisa: 10/10/2010