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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ICATU - 400 ANOS - UM POUCO DA HISTÓRIA

A cidade de Icatu, situada à margem direita do Rio Munim, nas proximidades da baía de São José de Ribamar, localizada na baixada oriental, no litoral nordeste maranhense é considerada depois de Alcântara, a mais antiga do Maranhão. Fundada em 1614, durante a expulsão francesa pelo Capitão Jerônimo de Albuquerque e recebeu a denominação de Arraial Santa Maria de Guaxenduba de Icatu, por está próxima a fortaleza de Santa Maria de Guaxenduba. 
Foi nessa fortaleza que Jerônimo de Albuquerque travou a batalha contra o invasor francês, reconquistando a posse da terra à coroa portuguesa.
Após a batalha, "...fizeram uma procissão solene em ação de graças pela vitória que alcançaram..." e iniciaram a construção de uma capela de pau a pique coberta de palha, que foi dedicada a Nossa Senhora da Ajuda, ornando seu altar mor com "... um rico frontal bordado de diferentes matizes, generosa oferta de um religioso capuchinho francês, frei Arcângelo de Pembré...".


Em 1688 o arraial foi elevado a categoria de vila pelo El Rei, que determinou a construção da casa da Câmara e uma nova igreja em Pedra e cal, que foi constuída no ano seguinte pelo Sargento Mor Antõnio de Barros Pereira.Também na antiga vila de Icatu,haviam 100 escravos,50 famílias, artilharia, casa da Camara, e Igreja.
Em 1750, devido a evasão rumo á grande ilha,a vila esvaziou de moradores e escravos. E em 1755, a Câmara enviou ao Rei uma representação que dizia: "A vila mandada fundar por S.M há mais de setenta e tantos anos se achava de todo extinda de moradores e escravos desse Estado a virem para ela pelo que estavam presenciando a mortandade. Esta ruína se podia remediar, mandando S.M que a Vila se mudasse para outro lugar vizinho sobre o mar..."
No ano de 1756 El Rei D. José "...ordenou ao Governador do Maranhão Gonçalo Pereira Lobato que informasse a representação que lhe fizeram os oficiais da Câmara de Santa Maria de Icatu, em 30 de julho de 1755, ouvindo o ouvidor, a Câmara, a nobreza e o povo sobre a mudança desta vila para outro lugar vizinho ao mar". Atendendo o mandato do Rei, e aconselhado pelo Ouvidor Manuel Sarmento, o governador realizou a mudança da vila em 1759 para as margens do Rio Munim.
A construção da nova Igreja Matriz da nova vila de Santa Maria de Icatu teve inicio em 1759, aproveitando as telhas e todos os objetos da antiga igreja de Nossa Senhora da Ajuda.
Presença marcante nessa região foram os Jesuítas, presentes nessa região desde 1622. Nesse período eles iniciaram a catequese junto aos indígenas, fundando duas aldeias: a de São Jacob e outra junto a vila velha de Icatu, a de São Gonçalo.De modo geral foi muito proveitosa e valiosa a passagem e a contribuição dos Jesuítas no território de Icatu, sendo que os mesmos permaneceram até 1759 quando foram expulsos de todas as colônias de Portugal.
Sobre a Igreja Matriz, não há registros das três ultimas décadas do século XVIII. No ínício da segunda metade século XIX,em 1855, há registros de uma grande reforma na Igreja que se encontra em péssimas condições.Raymundo Ferreira de Carvalho, Manoel José Borralho, Padre Januário Daniel Gomes de Castro, José Maria de Lima, e João Antonio Mesquita, foram os pioneiros nessa grande reforma na igreja.Esta reforma foi concluída em 1856. Porém, em 1866, dez anos após, o historiador Cesar Augusto Marques, em visita a Icatu, encontra a Igreja "em completa ruína, suja, imunda, e que até dá nojo a quem a vê, e não parece que há alguém que tem por dever cuidar dela."
Certamente ocorreram outras reformas ao longo do século XIX e XX, mas não há registros. Em fotos de 1950 a sua fachada encontra-se ainda sem os azuleijos. Estes descaracterizaram sua feição original.
Na década de 60, o altar mor da Igreja Matriz desabou, e o mesmo foi isolado da nave central. Entre os anos de 2002 e 2003, o Padre Antonio José, junto com a comunidade,reformando a Igreja ao fazer escavações no fundo da Igreja descobriu os alicerces do antigo altar Mor, e sobre o qual construiu o atual.É importante lembrar que o espaço do altar era bem maior que o atual.
Mais tarde, a comunidade ao fazer reparos no Igreja, retirou os azuleijos da fachada, e a mesma retornou aos traços originais como era antes.
Olhando de cima, vemos que a cidade de Icatu, como o centro histórico de São Luís, foi planejado. Olhamos as linhas retas que formam as ruas da cidade com suas ruas transversais, estilo das cidades antigas.
Atualmente, resta quase nada da antiga vila de Icatu,apenas alguns prédios ao redor da Igreja Matriz, a Câmara, Prefeitura,o Cecap e algumas residencias.
Andando pelo interior do município percebemos a riqueza cultural deixado dessa pelos povos que aqui passaram, como a dança de São Gonçalo, o Tambor de Crioula, e a forte devoção popular, sobretudo em horna a Nossa Senhora e a São Benedito.É É interessante também a riqueza nas imagens sacras, algumas provavelmente do século XIX ou talvez mais antigas. E claro, não podemos deixar de citar a orla marítima, com as praias de Santa Maria e de Prainha e Papagaio, estas ultimas em frente a cidade de São José de Ribamar.
São 400 anos de história que mostra a beleza e a riqueza do povo: sua religiosidade, cultura e tradição. Parabéns Icatu, parabéns povo icatuense pela bravura e pela resistência.

 Imagem do Andor de Nossa Senhora da Conceição 2013

 Por do sol - Parque Bazica Azevedo
 Baía de São José em Santa Maria
 Praia de Santa Maria



E convidamos para a celebração de ação de graças dia 25 de outubro as 17h na praça Jerônimo de Albuquerque em frente a Igreja Matriz.

Fonte: 1)Iventário Nacional dos bens e moveis integrados - IPHAN - 1999
       2)- Relatos de pessoas da Paróquia.

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