Dom José Belisário da Silva *
Por ocasião da celebração do quarto centenário da chegada do Evangelho em terras maranhenses, o boletim “Notícias da Arquidiocese” publicou uma cartilha com nove temas ligados à história de nossa evangelização. Um desses temas se intitula “Padres para o Povo de Deus”.
A começar pelos quatro primeiros missionários que ehegaram nas naus francesas em 8 de setembro de 1612, muitos outros se seguiram. Devemos ser gratos a esses homens que, ao longo de nossa história, têm-se dedicado ao serviço do Povo de Deus. Fragilidades e falhas certamente aconteceram. Mas, aconteceram também gestos de fidelidade, de crescimento humano, de amor abnegado aos pobres e desprotegidos. Vultos como Antônio Vieira e Gabriel Malagrida, nos tempos mais remotos; Frederico Chaves, Ribamar Carvalho, João Mohana e Jocy Rodriges, em tempos mais recentes, engrandecem a história de qualquer presbitério.
Se olhamos para o passado, é para podermos viver melhor o tempo presente e podermos enfrentar com sucesso as questões que a atualidade nos propõe.
A vocação para o ministério ordenado, antes de tudo, é uma vocação humana e cristã. Vale dizer, é um caminho, entre tantos outros, para a realização pessoal e cristã. E, assim como não tem sentido uma vida egocentrada, voltada para si mesmo, ser padre não é um projeto individual. Mais ou menos isso foi o que Bento 16 disse a um grupo de padres e seminaristas que o visitavam: “Vocês são sacerdotes não para si mesmos, mas para o serviço do Povo de Deus”.
No próximo mês, serão ordenados mais dois padres para nossa arquidiocese. Temos que ser gratos a Deus que os chamou. Esse chamado, porém, cairia por terra se não fossem as mediações como a família, a paróquia, os seminários..., pois, se é verdade que a vocação é dom de Deus, é também uma tarefa humana.
Na celebração dos quatrocentos anos da chegada do Evangelho em nossa terra, peçamos ao Senhor que nos envie muitos e santos sacerdotes. De nossa parte, perseveremos no trabalho vocacional, acolhendo jovens de boas quallidades humanas em nossos seminários e aperfeiçoando sempre mais nossas instituições de formação de novos padres.
*Arcebispo de São Luís do Maranhão
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