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segunda-feira, 22 de março de 2010

BELO MONTE: A LUTA CONTINUA.





Em entrevista ao sítio IHU online em 18 de fevereiro de 2010, Moisés Ribeiro, coordenador e integrante da direção do Movimento dos Atingidos por Barragens, fala por telefone sobre uma entrevista com o presidente Lula a respeito da construção da usina Belo Monte no rio Xingu, na qual a população tem sua dignidade ferida e seus direitos desrespeitados.
Segundo Ribeiro, a audiência com o presidente Lula provocou divergências em alguns aspectos como, por exemplo, o da produção de energia no Brasil, mas num conjunto geral, ele analisa o encontro com o presidente como algo positivo. De modo geral, as pessoas que serão atingidas colocaram seu posicionamento ressaltando que o Estado brasileiro tem uma dívida com eles.
O compromisso assumido pelo presidente com a população foi o de chamar pessoalmente os responsáveis para resolver a situação o quanto antes. Por isso, ele, através de uma medida provisória ou projeto de lei, procurará definir o que se entende pelo conceito de atingidos. Agindo tranquilamente, ressaltou que as pessoas deveriam viver com dignidade e ter seus direitos garantidos, com terra, casa e trabalho.



Para Ribeiro, não há responsáveis pelos atingidos nas barragens. E no seu entender, Belo Monte não é uma batalha perdida, pois o Ministério Público Federal questiona uma licença prévia para a sua construção, podendo pedir ajuda internacional de defesa dos direitos humanos.



O IBAMA, em documento anterior, afirmava que existem muitos pontos sem esclarecimento que precisam ser analisados com profundidade, dentre eles, a questão indígena e as contribuições das audiências. Ribeiro entende que, esse não é um projeto viável, pois não trará benefícios para a população que será atingida e menos ainda desenvolvimento para a região. Uma campanha nacional iniciada pela Rede Brasileira de Justiça Ambiental e o Fórum da Amazônia Oriental, busca despertar a população brasileira para essa situação. Elas elaboraram um documento que pede o cancelamento da licença.



Os bispos do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, em nota, manifestaram apoio aos bispos do Pará e do Amapá em relação à construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no Xingu. Eles lamentam a licença prévia concedida pelo IBAMA e, ao mesmo tempo, reafirmam que a Igreja é favorável a um desenvolvimento que respeite a vida e a participação das famílias atingidas na discussão de projetos como o da usina Belo Monte.

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