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segunda-feira, 29 de julho de 2013

SOBRE A VISITA DO PAPA

Em um site pentecostal, [teologiapentecostal.com] o jovem cristão evangélico, Gutierres Fernandes Siqueira, comenta sobre a viagem do papa Francisco ao Brasil, seu relacionamento com os jovens, com as autoridades, e acima de tudo, seu exemplo de simplicidade e humildade.

Veja o artigo na íntegra:

1. Francisco, o humilde, mais a humildade é moralidade. E moralidade não é redentora! 

Francisco é um exemplo de humildade. Isso é ótimo. Quantos pastores arrogantes precisam que os seus auxiliares segurem suas malas? Já o papa Francisco, ainda como chefe de Estado, anda em avião comercial e carrega sua própria maleta. Francisco é um exemplo para muitos cristãos, inclusive entre aqueles que se dizem ministros do Evangelho. Quisera eu que a mensagem contra a ostentação entrasse no coração de muitos evangélicos. Cansei de ver pastores e pregadores vaidosos. A humildade anda em falta no nosso meio.

Agora, o exemplo de humildade de Francisco é incapaz de redimir. Pelo contrário, a humildade do homem cristão que aponta para Cristo é condenatória. Lembremos que “somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo” [Isaías 64.6]. Se sou humilde, mas sem a redenção de Cristo, sou apenas trapo de imundícia. Francisco é um exemplo para quem já experimentou o novo nascimento, mas para o homem não regenerado é apenas um moralista. E moralismo “não salva” ninguém. Moralismo é como a Lei. A Lei revela o pecado. A Lei e a moral é o exame médico, mas não é a cura. A cura está apenas na graça e misericórdia do Senhor.

Infelizmente, muito se falou na humildade de Francisco. Mas pouco se falou que a humildade não é o primeiro passo, mas sim é um fruto da real conversão pelo Santo Espírito.

2. Por que o anticatolicismo não faz sentido para mim? Uma rápida palavra sobre Asaph Borba!

Se sou cristão protestante isso implica que, obviamente, eu não concorde com um caminhão de práticas, costumes, liturgias e até doutrinas da Igreja Católica Apostólica Romana. Repito, isso é óbvio! Quando vejo, por exemplo, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, atual papa Francisco, beijando uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida isso fere a minha sensibilidade, mesmo ouvindo dos amigos católicos que o uso dos santos é um exercício para contemplar o exemplo dos grandes cristãos da história.
Agora, feita a ressalva, confesso que já fui extremamente anticatólico, mas deixei de ser. Por que escrevo isso? Ora, como cristão protestante carismático (pentecostal) observo entre os meus pares uma idolatria e uma superstição igual ou se não semelhante ao catolicismo popular. Se vejo um católico idolatrando determinada imagem, vejo também em meu meio uma idolatria em relação a  pastores megalomaníacos e bispos arrogantes. Vejo evangélicos supersticiosos, ignorantes de Bíblia e desprezadores de qualquer tradição. 

Portanto, qual a diferença entre uma pessoa séria como o Asaph Borba cantar entre jovens católicos e em alguns templos onde a imagem do pastor é posta como um verdadeiro deus? Bom, talvez o Asaph Borba já tenha cantado em ambientes de idolatria maior entre os pares evangélicos...

Que Deus abençoe o bispo de Roma.

Autor: Gutierres Fernandes Siqueira 

TRÊS MILHÕES E O FLASMOB HISTÓRICO









BERGOGLIO FRANCISCO EM ROMA E BERGOGLIO PAPA NO RIO

 Há pouco mais de quatro meses, Jorge Mario Bergoglio era eleito para ocupar o trono de São Pedro em Roma e se tornou Francisco, mas foi no Rio que ele despontou como papa. Em uma semana no Brasil, o santo padre esclareceu ao mundo seus planos para a Igreja, reconheceu as "incoerências" da instituição e não deixou de criticar sacerdotes e bispos. Aos jovens, os alertou que não poderiam "lavar as mãos" diante dos problemas atuais do mundo.
A reportagem é de Jamil Chade e publicada no jornal Estado de S. Paulo, 29-07-2013.
Às classes  dirigentes e aos políticos, a mensagem foi especialmente dura. O papa atacou a corrupção, pediu que os pobres fossem ouvidos e que os governos sejam responsáveis por toda a sociedade.

Foi o banho de multidão, no entanto, e, acima de tudo, o impacto de suas mensagens que passaram a dar um conteúdo a seu pontificado e marcar uma nova realidade no Vaticano: o "governo" de Bento XVI acabou e são as ideias de Francisco que vão marcar o ritmo agora da Santa Sé.
Ao desembarcar no Rio, após 12 horas de voo sem dormir um só minuto, Francisco dava passos cuidadosamente calculados, o que se refletiu em discursos moderados, sem improvisação. Não demorou para que ele começasse a soltar seus ataques frontais às injustiças e não tivesse qualquer complexo em reafirmar dogmas. Não ficariam dúvidas: a forma e os gestos são novos. A prioridade com os pobres é nova, mas não o Evangelho. Os dogmas da Igreja foram reafirmados, mas não como ameaças.
Pessoas próximas ao papa contam que ele mesmo se dava conta da dimensão da viagem e do cargo ao longo da semana. Seu discurso ganhou uma dimensão internacional e as multidões que atraiu para a Praia de Copacabanaimpressionaram os mais experientes cardeais. Fontes do Vaticano confirmaram ao Estado que o papa chegou a chorar durante a viagem por causa da emoção.
Um dos aspectos que chamou a atenção de seus assessores foi sua vitalidade. Por anos, o Vaticano e os fiéis se acostumaram à imagem de um papa velho ou doente. Agora, se em diversas vezes o palco e o púlpito foram seu teatro, foi sobre o papamóvel aberto que uma parte substancial de sua missão ocorreu. "Ele estava acostumado apenas a trajetos curtos na Praça São Pedro e, por isso, sentiu um pouco quando chegou ao Rio. Logo gostou da ideia", brincou um de seus assessores.
De cima do carro, ele bebeu chimarrão, era alvo de centenas de bandeiras e mexia de um lado ao outro. Para o papa, o momento mais importante de sua viagem foi sua presença numa favela, revelam seus assessores. Fez o que sempre fazia em Buenos Aires, mas, desta vez, visto pelo mundo todo. O Vaticano não nega: a viagem marca um ruptura de fato entre os pontificados de Bento XVI e Francisco.
Após a missa deste domingo, um de seus assistentes comentou com o papa que a viagem já estava chegando ao fim e ouviu, como resposta, algo tipicamente de um santo padre que sabe que não tem tempo a perder. O Rio, segundo ele, era só o início de um caminho. Porém, tanto Francisco quanto o Vaticano sabem: o caminho da reforma será dos mais difíceis e não há qualquer garantia de que os fiéis serão resgatados e que a Igreja voltará a ser ator importante na sociedade.