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sábado, 26 de maio de 2012

O PENTECOSTES NO ANTIGO ISRAEL E O NOVO PENTECOSTES NA IGREJA

 A Páscoa e o Pentecostes são as festas importantes do Antigo Testamento.
-         Porque os judeus celebram o Petencostes?
-         Porque eles atribuiram a Javé a chuva e a fertilidade, e os primeiros frutos.
Ao passar do tempo, foi associado a Páscoa ao Petencoste que se tornou a festa da renovação da Aliança de Deus com seu povo.
Dt. 16,9-12- associa a saída do povo do Egito. O Petencostes era uma festa que se celebrava nas casas, pouco depois passou a ser celebrada no templo com a presença do Sacerdote.


 Dt.34,22-24
Dt.26,3-10 – o Senhor nos fez sair do Egito...
As oferendas eram trazidas em honra a Javé. No século III a.C., a festa passou a chamar-se pentecostes = 50 dias depois da Páscoa; que foi perdendo o sentido da festa da colheita e dando lugar a festa  da Salvação.
No secúlo II a.C., recebe um novo significado, sendo associado a história da salvação. Pentecostes = recebimento da Lei no Monte Sinai. Isso em alguns templos dos fariseus e saduceus.
No ano 70 d.C., destruição do templo de Jerusalém, e apartir daí os cristãos passaram para outras cidades e começaram a difundir o cristianismo, dando ao Pentecostes um novo significado para os fariseus e saduceus dom da lei e se afastam da origem tribal e passam para um âmbito de templo. Neste periodo predominava a lei do puro/impuro e somente quem podia oferecer sacrifícios eram os  judeus puros “judeus e as que observavam as leis”. Os que não podiam oferecer sacrifícios eram os pobres, doentes, bárbaros, os não judeus e as mulheres no período fértil e período de amamentação.
Como com consequência da lei do puro e do impuro, começou a existir uma sociedade de exclusão.

Naquela época, Jerusalém era o centro daquela região e também o centro da exploração.
O pentecostes dos Apóstolos acontece em meio a esse contexto de exclusão social e religiosa. “ estavam todos reunidos no mesmo lugar, de repente veio do céu um ruído, como de um vento um vento impetuoso que encheu toda casa onde eles estavam. Viram aparecer línguas com de fogo que se repartiam e ia pousar sobre a cabeça de cada um deles”. At 2,2-3.
As primeiras comunidades cristâs um retorno a sua origem às origens da festa do Pentencostes. Atos 2,42-46;4-32-35, e volta a ser a festa da casa marcada pela solidariedade. O Pentencostes está presente desde o AT,mas não com a mesma denominação do Espírito Santo
RUAH- Femenino- grego. Gn, 2,7

VENTO= sopro de Deus = Espírito. Gn.1,2-4
                                                
                                           Força –Is.11,
                                           Destruidora- 2 ª  Sm.22,9
Fogo-devora, destrói
¨     Deus presente na criação.Gn1,2;2,7;
¨     Espírito dado aos reis, juízes, profetas. I Sm.11,6; Is.11,2;
¨     Espírito presente no exílio. Consequencia da desobediência de Deus.
¨     Também no pós-exílio
NO ANTIGO TESTAMENTO O ESPÍRITO DE DEUS TEM A FUNÇÃO DE:


                        
Ø Criar
Ø Animar
Ø Recriar
Ø Organizar
Ø Discernir
Ø Profetizar
Ø Libertar



No Novo Testamento também assume as mesmas funções e continua vivo e atuante nas comunidades. A missão de Jesus foi “pneumatológica”, missão conduzida pelo Espírito Santo, que assume três nomes:
Ø RUAH- Femenino
Ø PNEUMA- Neutro
Ø SPIRITUS- Masculino
O projeto de Deus é o projeto do além fronteira, que rompe cultura e seu Espírito vem para todos. E aparti da vinda nasce a Igreja e dar força aos Apóstolos que celebravam em catacumbas, agora saem as praças para denunciar.             

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ASCENSÃO DO SENHOR


Ele chama a mostrar sinais e a não se fechar numa ideologia. É uma mudança de mundo que perde seu mau espírito, que fala um sermão novo, que não tem mais medo de nada porque ele tem confiança e porque ousa curar o Homem.
A reflexão a seguir é de Raymond Gravel, sacerdote de Quebec, Canadá, publicada no sítio Culture et Foi, comentando as leituras do Domingo da Ascensão (20 de maio de 2012). A tradução é de Susana Rocca.
Eis o texto.

Referências bíblicas:
1ª leitura: At 1,1-11
2ª leitura: Ef 4,1-13
Evangelho: Mc 16, 15-20
 Festa da Ascensão é a segunda face da Páscoa. Todavia, constitui a primeira face, quando tomado cronologicamente em relação aos discípulos, que experimentaram primeiro a Ausência de Jesus, a sua Ascensão, antes de experimentar a sua Presença nova, a sua Ressurreição, no coração da Igreja nascente. Em outras palavras, se a Ressurreição de Cristo marca o começo de um mundo novo, o início da criação nova, foi preciso a Ascensão para que os primeiros cristãos o realizem. Nesta festa da Ascensão do ano B, os textos bíblicos que nos são propostos comportam belas mensagens de esperança que exprimem essa dupla realidade da nossa fé cristã: Cristo está, ao mesmo tempo, no céu e na terra, assim como nós estamos, ao mesmo tempo, na terra e já no céu.



1. Uma Ausência que se faz Presença: A Páscoa é a festa da Presença. Jesus está ressuscitado, ele está vivo, seus próximos o encontraram. Por outro lado, como falar dessa presença, quando foi difícil reconhecer o Cristo Ressuscitado? Era ele mesmo, mas era diferente do Jesus com quem eles tinham se encontrado, conhecido, amado e servido. Jesus morreu, ele partiu; isso é uma evidência. É preciso viver essa realidade para descobrir que ele está presente de outra maneira, mas realmente. Além do mais, não foi preciso que Jesus partisse para que ele nos desse seu Espírito? Não disse o Cristo do evangelho de João: “Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei” (Jo 16,7)?

Isso não pode ser mais claro: foi preciso a Ascensão para que o Pentecostes chegasse. O teólogo Michel Denekenescreve: “A Ascensão é uma maneira de morrer aos olhos e de nascer ao coração”. E ele acrescenta: “Isso traz uma verdade psicológica básica. A ausência é uma condição necessária para viver... como a morte. A ausência de Jesus é abertura da liberdade a esse vento que sopra onde ele quer e quando ele quer. Jesus se retira do olhar psíquico dos humanos para iluminar todos aqueles e aquelas que o Espírito habita”.

2. Se Cristo é vivo e presente, não pode sê-lo senão de nós: as narrativas da Ascensão são sóbrias como aquelas da Páscoa. O evangelho de Marcos não trazia nem narrativas de aparições nem a narrativa da Ascensão. O evangelho de Marcos conclui-se com o medo das mulheres no túmulo e com o silêncio delas (Mc 16,1-8). Um escriba do século II, que achava que o final de Marcos era insustentável, compôs uma narrativa que se inspira nos outros evangelhos e o acrescentou ao evangelho de Marcos (Mc 16,9-20). Encontramos, então, nesse acréscimo alusões à aparição à Maria Madalena do evangelho de João (Mc 16,9), à dúvida dos discípulos, quando as mulheres vieram lhes anunciar que o Jesus do evangelho de Lucas estava vivo (Mc 16,10-11), aos discípulos de Emaús do evangelho de Lucas (Mc 16,12), à aparição aos Onze dos evangelhos de Lucas e de João (Mc 16,14), ao envio para missão do evangelho de Mateus (Mc 16,15-16), e finalmente aos sinais que acompanham a realização da missão cristã do evangelho de Marcos (Mc 16,17-18).

Esse autor do século II, que escreveu tardiamente e que refletiu sobre a Páscoa, disse, ao mesmo tempo, que o Cristo ausente fica presente através dos seus discípulos: “Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus" (Mc 16,19). “Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e, por meio dos sinais que os acompanhavam, provava que o ensinamento deles era verdadeiro”(Mc 16,20). É o que fez dizer a Santo Agostinho no século IV: “Cristo não deixou o céu quando ele desceu até nos, e ele não nos deixou quando ele subiu ao céu”.
3. Jesus, novo Elias: Lucas começa o livro dos Atos dos Apóstolos como ele tinha começado seu evangelho, dirigindo-se a certo Teófilo, personagem real ou literária, mas seguramente teológica, que significa: amigo de Deus. Contrariamente ao seu evangelho, onde São Lucas situa a Ascensão na noite da Páscoa (Lc 24,50-53), aqui, no início do livro dos Atos dos Apóstolos, ele a situa quarenta dias após a Páscoa, isto é, o tempo teológico necessário para que os discípulos possam realizar a sua missão cristã. São duas maneiras de apresentar, no tempo, um mistério que escapa ao tempo.

Para São Lucas, Jesus foi o profeta por excelência, o novo Elias. É por isso que a realização do evento da Ascensão nos remete à cena da ascensão do profeta Elias, no segundo livro dos Reis (2R 2,1-14), onde o profeta Eliseu, seu discípulo, receberia a plenitude do espírito profético de Elias, se ele visse a elevação celeste do seu mestre. E ela a viu! Da mesma maneira, os apóstolos herdam o Espírito de Cristo porque eles o veem elevar-se até o céu: “Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu à vista deles” (At 1,9). Para São Lucas, sendo que se trata da segunda face da Páscoa, os dois homens de branco que se dirigiam às mulheres na manhã da Páscoa para lhes dizer: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5), são as mesmas que dizem aos apóstolos que olhem para o céu: “Homens da Galileia, por que vocês estão aí parados, olhando para o céu?” (At 1,11). No fundo, não é a hora de contemplação nem de nostalgia; mas a hora da missão: “Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os extremos da terra” (At 1,8). Eis a missão cristã de todos os tempos.

4. A unidade na diversidade: O tema da carta aos Efésios é a unidade na diversidade: “Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito” (Ef 4,3). Mas atenção! A uniformidade não é garantia de unidade; a unidade se constrói na diversidade. Há, certamente, os dons de cada um para que se construa o corpo de Cristo que nós formamos: “Foi ele quem estabeleceu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros como evangelistas e outros como pastores e mestres” (Ef 4,11). Todos esses dons foram dados por amor e devem ser recebidos no amor. É por isso que São Paulo convida toda a Igreja a adotar o seguinte comportamento: “Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos outros no amor” (Ef 4,2). É a única maneira de construir a unidade e de realizar a missão cristã que é a nossa: “A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo” (Ef 4,13).

Para concluir, a Boa Nova a anunciar é sempre atual, pois Cristo está sempre vivo e ele fala e age através das mulheres e dos homens do nosso tempo. Se hoje a mensagem não tem sido transmitida e as pessoas parecem indiferentes, sem dúvida é porque como Igreja nós temos dificuldade em atualizar a Palavra de Deus às novas realidades vividas pelas mulheres e pelos homens. O problema não é a Páscoa nem a Ascensão, tampouco o Pentecostes. O problema está na linguagem para falar nesta realidade do mistério pascal. No fundo, o problema não está do lado de Deus nem de Cristo. Mas do nosso lado: nós somos frequentemente incapazes de falar de Deus e de testemunhar o Cristo Ressuscitado ao mundo atual.

Gostaria de terminar com esse bonito comentário do exegeta francês Jean Debruyenne que diz: “Antes da sua partida do visível para entrar no invisível, Jesus lança um último apelo aos crentes. Jesus chama a crer. Ele chama a mostrar sinais e a não se fechar numa ideologia. Os sinais do crente não são um sistema ou uma mágica, trata-se de um começo, de uma boa nova que não é simplesmente boa mas que é também novidade. É uma mudança de mundo que perde seu mau espírito, que fala um sermão novo, que não tem mais medo de nada porque ele tem confiança e porque ousa curar o Homem”.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ASSEMBLEIA REGIONAL DOS PRESBÍTEROS




Aconteceu nos dias 14 a 17 de maio na cidade de Barreirinhas - Maranhão  - a  Assembleia Regional dos Presbíteros e teve como tema: “Identidade e Espiritualidade do Presbítero na mudança de época”. Foi assessorada pelo padre Manoel Godoy e contou com a presença de dom Sebastião Bandeira, bispo da diocese de Coroatá e dom Valdecir, bispo da diocese de Brejo; bem como a presença de cinquenta e dois presbíteros de dez dioceses de nosso regional e quatro diáconos.


Partindo do texto base do 14º Encontro Nacional dos Presbíteros acontecido em Aparecida no mês de fevereiro deste ano, bem como de sua experiência de trabalho com os diversos grupos de presbíteros em nosso território nacional, o assessor adentrou no tema partindo do conceito de identidade, destacando que estamos “vivenciamos um período onde desconstrução e construção que se alternam, dando uma sensação de nada definido, que “justifica” a busca de alguns por algo mais seguro, tentando voltar a um passado idealizado e por muitos nunca vivido”, de maneira que, em muitos casos, para alguns presbíteros, é mais seguro retornar ao modelo antigo de presbítero, do que se encaixar no modelo de presbítero proposto pelo Concílio Vaticano II.

Diante disso, destacou o assessor que se deve fazer uma distinção entre identidade presbiteral e identidade do presbítero, de modo que, esta nasce do confronto da vida do presbítero com a realidade: são as experiências vivenciadas ao longo do exercício do ministério presbiteral; enquanto que aquela foi construída ao longo da história pela instituição (Igreja): seria o presbítero ideal, sendo este idealizado pela sociedade, cultura, família, e Igreja.

Assim sendo, há que se dizer que existe uma crise na identidade presbiteral e esta talvez se dê pelo fato de existir uma tensão dialética entre um modelo ideal proposto pela instituição e o que as pessoas realmente assimilam e vivem. Entre os fatores que estão associados a crise, podem ser destacados: a exacerbação da autonomia, da subjetividade e da dimensão existencial.

O padre ainda destacou que atualmente há dois paradigmas: o do Concílio de Trento, que a seu tempo, foi eficaz, pois colocou a Igreja novamente no caminho que conduz a Cristo; e o do Vaticano II: que à luz dos movimentos pré conciliares, reconduzem a Igreja aos moldes da Igreja dos primeiros séculos, na qual o presbítero é chamado a agir e testemunhar Cristo em comunhão com o bispo e, portanto,“É no interior do mistério da Igreja como comunhão trinitária em tensão missionária, que se revela a identidade cristã de cada um e, portanto, a específica identidade do sacerdote e do seu ministério” (PDV 12).

sábado, 5 de maio de 2012

JOÃO PAULO II PODERÁ SER CANONIZADO NOS PRÓXIMOS MESES

João Paulo II, o “Papa dos recordes” – cuja beatificação completa um ano – poderá somar outro nos próximos meses, se finalmente a Congregação para as Causas dos Santos aprovar um dos cinco possíveis milagres que estão sendo estudados, na última fase. Assim, ele se tornará o primeiro pontífice a ser canonizado a menos de dois anos após sua beatificação.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada no sítio Religión Digital, 01-05-2012. A tradução é do Cepat

O peticionário da causa, dom Oder, trabalha com cinco possíveis curas inexplicáveis, que em breve passarão pela revisão na comissão médico-doutrinal, responsável pela causa de Karol Wojtyla. Uma causa que, como ele mesmo explicou, “tem um caráter prioritário”, que sendo confirmada, poderá acelerar os passos para a canonização do antecessor de Bento XVI.
Enquanto isso, à noite, milhares de jovens lembraram, na esplanada de Tor Vergata, a beatificação do pontífice polaco. Como informou a Rádio Vaticano, hoje (01/05) se completa um ano da beatificação de João Paulo II, dia histórico em que Roma foi tomada, no ano passado, por peregrinos (foto) que vieram de todas as partes do mundo, para este evento único.
Porém, este ano também é uma festa porque o “Papa amado” continua vivendo no coração de todos aqueles que não se cansaram de gritar “João Paulo II, o mundo todo te ama” e “Santo súbito”. Porém, por que é uma festa? Porque sua mensagem evangélica continua sendo atual num mundo sedento de Deus, e um mundo que quer mudar o ritmo de sua história, em que a vida seja mais forte do que a morte. Com efeito, Deus veio ao mundo para que o mundo viva e viva em abundância.
Esta mensagem se tornou realidade com João Paulo II, com suas palavras e vida nos ensinou fortemente o caminho a seguir. Um Papa “beato”, particularmente apaixonado pelos jovens que, hoje seguem recordando-se dele, com carinho e esperança.
Com efeito, são eles os protagonistas que hoje acompanham este aniversário, com oração e compromisso, como fizeram os universitários na vigília de oração em Tor Vergata, em Roma, e os peregrinos que hoje visitam seu túmulo.
Nós, juntos a eles e àqueles em diferentes partes do mundo, recordamos dele, gostaríamos de trazer à memória suas palavras, seu carinho e sua mensagem
Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/509145-joao-paulo-ii-podera-ser-canonizado-nos-proximos-meses